19.8.13

O mundo dos sonhos


Era uma vez uma menina chamada Bia, sonhadora por natureza, vivia no mundo da lua, ou melhor, no seu mundo. Tinha 11 anos, cabelos negros e covinhas no sorriso.
No mundo dela, maldade não existia, as pessoas eram realmente boas, com a alma pura, sorriam o tempo inteiro, os pássaros estavam sempre cantarolando nas árvores cheias de vida, as flores exalavam seu aroma encantador, as estrelas brilhavam e sorriam ao mesmo tempo, iluminando o mundo inteiro. Deixando todos seguros e felizes.

Sonhava em ser bailarina, levar a alegria da dança para todos, encantar olhares e espalhar delicadeza por onde passava. Começou a dançar, logo, se apaixonou.
Cuidava de suas sapatilhas como se fosse parte de seu corpo, chegava da aula mega entusiasmada e repassava todos os passos que aprendera na aula, mostrava para os seus pais que, até então, não demonstravam muito interesse. Mesmo assim Bia seguia dançando, fechava seus olhos miúdos e via-se dançando no maior palco do mundo, para uma platéia gigantesca onde era aplaudida de pé por minutos seguidos.

No seu décimo terceiro aniversário, fechou os olhos ao soprar suas treze velas postas sobre o bolo e gritou: “Quero continuar dançando, até meus pés não aguentarem mais”.
Então sua mãe teve uma longa e séria conversa com ela, sobre a dança, seu futuro... O que acabou destruindo Bia por dentro.
Sua mãe achava que a dança não era algo tão útil assim na vida dela, que não traria futuro para ela. O melhor seria ela parar de dançar e apenas estudar pensando em um futuro promissor. Mas o que a sua mãe não via, era o quanto a dança fazia bem para sua filha, fazia enxergar tudo bonito, mais alegre.

Passados alguns meses –tristes e vazios para Bia, que foi obrigada a parar de dançar- ela andava tranquilamente para sua casa após uma tarde de aula, quando, de repente, viu um anúncio sobre uma audição de ballet, que haveria na sua cidade no próximo mês. Chegou em casa radiante, mas teve que se manter calada, faria por ela, ninguém mais saberia que ela iria participar da audição.

Durante um mês ensaiou trancada em seu quarto, durante horas e horas. Suas costas doíam, suas pernas estavam cansadas, seus pés com calos e bolhas devido ao uso das sapatilhas de ponta. Mesmo assim continuou ensaiando, cada dia com mais vontade e alegria. Quando sua mãe batia na sua porta ela logo desligava a música e escondia suas sapatilhas. Afinal, ela não acreditava no sonho de sua filha.

Passado um mês, chegou o tão esperado dia, seria logo após sua aula. Bia fora preparada, levando suas roupas dentro da mochila. Manteve-se calma até a hora de subir no palco e mostrar o que sabia.
Começou a música e ela iniciou sua coreografia, dançava com tanta vontade e amor que acabou esquecendo que estava em uma audição, e que ali, todos estavam julgando cada passo que dava.
Imaginou-se em um lindo parque, onde os pássaros cantavam, as flores sorriam, as crianças brincavam alegremente e ela, no meio da grama, dava seus passos delicados encantando a todos...
E por fim, sua mãe a aplaudia com tanto orgulho que derramava lágrimas.
Passados cinco minutos, terminou sua apresentação, fez a reverência final, quando foi surpreendida por um jurado, que a aplaudiu de pé. Algo jamais feito antes, ou com alguma outra candidata. E lá no fim do salão estava sua mãe, chorando escondida.

Bia saiu do palco e foi trocar de roupa, quando sua mãe chegou abraçando-a e pedindo perdão, por não ter acreditado no sonho da filha, por não a ter apoiado como devia. Sua filha nascera para dançar e brilhar. Só agora pode perceber. Bia abraçou-a e disse: “Tudo bem, mamãe, está perdoada. Foi por você duvidar do meu sonho que eu não desisti dele, corri atrás para mostrar para todos que quando desejamos algo, conseguimos. Não se pode desistir no primeiro obstáculo”.

Horas depois saiu o resultado, ela estava dentro, iria dançar em uma das mais importantes escolas de ballet. A que todas as garotas sonhavam em dançar. Ela havia conseguido.
Aos vinte anos, Bia era uma bailarina conhecida, que dava aulas e ajudava outras meninas a seguir adiante com seu sonho de ser bailarina. Sempre lembrando às mães o quão importante era dar apoio a suas filhas, não as deixando desistir jamais.

Por Becky.

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